sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

Empresas buscam eficiência e inovação no ano

Segundo a IDC, os investimentos em TI vão a US$ 18,5 bilhões este ano, maiores em 14,5%. O total movimentado por TI no Brasil deve crescer 14,5% este ano, o que levaria a um mercado de cerca de US$ 18,5 bilhões, segundo previsão preliminar da consultoria IDC.

Já refeitas dos sustos do estouro da bolha de investimentos na internet e sua seguinte contenção de gastos, as áreas responsáveis pela gestão de TI das empresas brasileiras entram em 2007 com dois objetivos principais: ganhos de eficiência e busca pela inovação nos negócios. É uma evolução em relação a anos difíceis como os de 2001 a 2003, quando as empresas voltaram-se quase exclusivamente ao corte de custos, e mesmo em 2004 e 2005, com a necessidade de modernizar muitas tecnologias após período de pouco investimentos, avalia o diretor de pesquisas da IDC, Mauro Peres.

Dentro do primeiro objetivo, muitas devem finalizar planos de governança em TI, assunto que ficou mais no comentário durante os últimos dois anos. "Poucas empresas têm gestão formal de TI", diz. E, segundo Peres, entre as tecnologias voltadas para eficiência devem se destacar projetos de voz pela internet (VoIP), consolidação de servidores - de forma a utilizar menos máquinas para fazer as mesmas ações - e atualização de sistema de gestão (ERP). "As empresas ainda têm de investir para economizar", comenta.

Ao mesmo tempo em que estruturam a governança em TI, as empresas percebem a necessidade de criar novas oportunidades de negócios por meio da tecnologia. "Voltam a pensar em TI como diferencial. O que mais se fala hoje é em inovação, por meio de mobilidade e sistema de gestão de relacionamento com o cliente, analítico, por exemplo."

Com um dos maiores investimentos em TI da América Latina, a Petrobras pretende gastar menos em relação ao seu faturamento (0,7%), mesmo que os gastos com TI subam. Segundo o gerente executivo de TI, Washington Salles, um dos mais importantes projetos será a atualizar o sistema de gestão, da SAP, por período de 6 a 8 meses.

"Antes de pensar em inovações vamos continuar o investimento no centro de integração de negócios, que unificará em um só local toda a infra-estrutura da empresa", conta. Com isso, ele espera modernizar ao mesmo tempo que, por meio de projetos de consolidação, faz economias. "Apenas um terço do nosso orçamento de TI vai para novos investimentos. Muito é direcionado a custos de gerenciamento, com pessoal e tributos. É característico na Petrobras rever o orçamento", diz. "Se o petróleo continuar em tendência de baixa, os gastos serão revistos."

A consolidação de servidores já foi feita pela CSN no ano passado. Cerca de 90 servidores antigos foram reduzidos a oito. A estratégia permitiu uma redução de custos de 15%. O orçamento de TI em 2007 não foi aprovado ainda, mas a tendência é de ampliar os recursos em relação ao ano passado.

O acidente com o alto-forno 3 no início de 2006 limitou investimentos e projetos de TI ficaram para este ano. A companhia gasta cerca de R$ 90 milhões anuais com TI, sendo que, do total, mais de R$ 50 milhões, em novos projetos.

Está nos planos do grupo para 2007 a expansão do uso do software de gestão empresarial, fornecido pela SAP e já usado pela CSN, GalvaSud e Inal, a outras empresas controladas do grupo. "Se for aprovado, o projeto consumirá grande parte dos recursos", diz o diretor de TI da CSN, Marcos Pelaez, acrescentando que também em software a empresa pretende buscar um sistema de análise de dados (BI), além de implantar plataformas para acompanhar em tempo real o que acontece nos alto-fornos.

Outro grande projeto é a atualização das redes local (LAN) e remota (WAN) do grupo, envolvendo 10 mil pontos entre 15 a 20 sites. O processo para escolha dos fornecedores já está em andamento com seis empresas na disputa pelo contrato. "A atualização da rede visa novas tecnologias. Estamos pensando em convergência (dados e voz)."

Com cerca de 2% da receita líquida em investimentos em TI e 140 novos projetos na área ao ano, a GM Brasil também planeja investir em infra-estrutura. Como a montadora concentra no País as atividades globais de engenharia e design de carros, a operação local precisará dobrar a capacidade de armazenamento e processamento de dados na área, além de adquirir computadores de mesa e softwares específicos para desenho de veículos, prevê o diretor Cláudio Martins.
Hoje são 60 servidores para 900 engenheiros de design, sendo que 300 foram contratados no ano passado. E a previsão da GM é empregar mais 200 profissionais em 2007 na área.
Também estão nos planos o uso maior de tecnologias de Voz sobre IP (VoIP) e identificação por radiofreqüência (RFID) para novas áreas. As etiquetas inteligentes, já usadas na unidade de São Caetano para a identificação das cores dos carros na hora da montagem do veículos, podem ser aplicadas em novos projetos em outras fábricas, diz Martins.

No caso de VoIP, que hoje interliga as unidades da empresa globalmente, o objetivo é integrar as 500 concessionárias do grupo até o fim do ano. Em 2007, 15 mil usuários dessas concessionárias também passam a contar com um "sistema de garantias" - software para gerenciar as informações fornecidas pelos usuários da marca.kicker: São dois os objetivos principais: ganhos de eficiência e busca pela inovação nos negócios. É uma evolução em relação ao passado.

kicker2: A CSN investe cerca de R$ 90 milhões anuais em TI, sendo que R$ 50 milhões desse total têm foco em novos projetos da companhia.

(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 1)(Carlos Eduardo Valim e Ana Carolina Saito)

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