terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Telefonia IP superará vendas de tradicional no Brasil

São Paulo, 6 de Fevereiro de 2007 - Com meio milhão de novas linhas estimadas até 2008, tecnologia avança nas empresas. A adoção da telefonia IP pelas empresas brasileiras vai ganhar impulso neste e no próximo ano, período em que devem ser comercializadas mais de meio milhão dessas linhas. Dois dos principais fornecedores de tecnologia, Avaya e Cisco Systems, estimam que em 2008 as vendas corporativas de linhas IP devem ultrapassar as de tradicionais.
Para 2007, a previsão é de 305,27 mil linhas comercializadas, salto de 45,7% em relação às 209,48 mil previstas para o ano passado, segundo dados da Frost &Sullivan, fornecidos por uma empresa do setor. Já em 2008, com crescimento de mais 18,3%, as vendas devem chegar a 361.788 linhas de IP. No total, há mais de 8 milhões de linhas telefônicas convencionais em funcionamento nas empresas no País.
"No final da década não vai ser possível encontrar no mercado telefonia tradicional para corporativo", prevê o diretor de desenvolvimento e novos negócios da Cisco, Rodrigo Uchoa.
Na fabricante Nortel Net-works, a estimativa é que já este ano as vendas de equipamentos VoIP feitas por meio das operadoras supere a tecnologia convencional.
Incluindo PABX IP puro, híbrido (que ainda utiliza parte dos equipamentos tradicionais) e IP phones, o Brasil representa um pouco mais de 20% do mercado latino-americano, de US$ 196,7 milhões em 2005, e deve avançar a uma taxa composta anual de 23% até 2011.
"Há uma crescente adoção, principalmente, de plataformas híbridas, o que é natural e já mostra que as empresas querem migrar para telefonia IP", afirma a líder de pesquisa da Frost & Sullivan, Kristin Crispin. Poucas empresas estão investindo hoje em IP puro, muito caro ainda, compensando apenas na construção de novas operações, sem rede pronta.
Mesmo que o foco de Alcatel, hoje Alcatel-Lucent, e Siemens ainda seja a telefonia tradicional, as duas companhias vêm se esforçando para ampliar as vendas de plataformas convergentes. "Se hoje elas oferecem plataformas híbridas, poderão avançar com IP no futuro", diz a analista.
No ano passado, as vendas da Alcatel de soluções IP dobraram no País, segundo o diretor geral da divisão de mercado corporativo da subsidiária, Lourinaldo Silva. "E essa é uma tendência que deve se manter até 2010. Estamos no ‘timing’ no mercado", diz.
Para ganhar escala no País, a Alcatel está ampliando seu canal de distribuição de produtos. Desde agosto, o número de parceiros certificados pela companhia francesa saltou de 12 para os atuais 48. E, agora, acaba de fechar parceria com um grande distribuidor local, a Network1, que, com mais de 7 mil revendas ativas, comercializará todo o potfólio de voz e dados da Alcatel-Lucent. A empresa brasileira, que também distribui os produtos da Avaya, espera que já neste ano as soluções da Alcatel representem 10% do faturamento, segundo o diretor, Adilson de Carvalho.
Com forte presença em contact centers, a Avaya conquistou 100 novos clientes no ano passado e mantém taxas anuais de crescimento de dois dígitos no País. De acordo com o diretor geral da Avaya Brasil, Luiz Fernando Camargo, hoje entre as propostas de contact center cerca de 80% já são relacionadas a telefonia IP. Mas a estratégia também é avançar em novos mercados como governo, setor farmacêutico, hotelaria e utilities.
Na Cisco, 15% de todas as vendas no último ano fiscal no Brasil já foram de sistemas de comunicação IP. É um crescimento de 40% em relação ao ano anterior. A meta é expandir em 20% no próximo ano fiscal que termina em julho. "Essa área deve crescer 50% a cada ano", prevê Uchoa.
Distribuidora da Cisco e uma das maiores do País especializada em tecnologias de redes de comunicações, a Mude está registrando esse crescimento de 40% ao ano com o negócio.
Outro aposta da Avaya é o segmento de médias empresas, diz Camargo. Esse mercado já é alvo de fornecedoras como a japonesa Nec, cujas vendas para o setor cresceram 60% em 2006. O principal produto é um PABX que suporta tanto a comunicação tradicional como IP. Para manter o crescimento, a empresa pretende fechar 2007 com 80 parceiros certificados. "Mais do que estratégia de canais, as fabricantes passaram a ter produtos adaptados para pequenas e médias", comenta Kristin, da Frost & Sullivan.
(Colaborou Carlos E. Valim)(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 1)(Ana Carolina Saito e Rogério Godinho)


Fonte: Gazeta Mercantil


VoIPCenter

Nenhum comentário: